Nunca me atrevi a interpretar um poeta e sempre discordei de meus professores que teimavam em me impor tal heresia. Sim, além de impossível, é deselegante alguém se aproveitar da ausência do gênio e "determinar" que o que ele quis dizer é o que se "interpreta". Drummond já concedeu entrevista explicando que "a pedra no caminho" era somente uma pedra. Também, já na faculdade (agora recente), nunca entendi o que "interpretar" Drummond me ajudaria a plantar batatas, bananas e melancias. Mais apropriado seria "analisar" textos técnicos.
Bom, de qualquer maneira, tem momento que a gente "viaja". É o que ocorre na bela letra abaixo. Já ouvi a música em rádio, televisão, toca-discos, toca-fitas e outros similares. De olhos fechados, de pé ou deitado, até de cabeça para baixo. Já li o texto à moda árabe e tentei ver se existia algum código.
"Só uma palavra me devora // Aquela que meu coração não diz"
Qual seria a palavra?
Nunca soube e já desisti. A música é tão bela e intrigante que vai nos fazer ouvi-la até o fim dos tempos.
Jura Secreta
Sueli Costa & Abel Silva
Só uma coisa me entristece
O beijo de amor que não roubei
A jura secreta que não fiz
A briga de amor que eu não causei
Nada do que posso me alucina
Tanto quanto o que não fiz
Nada do que eu quero me suprime
Do que por não saber ainda não quis
Só uma palavra me devora
Aquela que meu coração não diz
Só o que me cega é o que me faz infeliz
É o brilho do olhar que eu não sofri
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