Atafona - 21.09.2009
Tênues e efêmeros raios de luz davam indícios que o sol estava a alfinetar algumas nem tão simpáticas nuvens, como a pedir licença para a preparação do “salão de festas”. Afinal, a “primavera” chegaria no dia seguinte, pouco depois das dezoito horas.
O céu, talvez encabulado com a presença das “meninas de algodão”, não se apresentava tão “azul”.
Os ventos vinham do sul. Não é o que mais gostamos. Incestuosos, trazem poeiras e lixos em redemoinhos, chuvas em tempestade e, quase sempre, sem consentimento, levantam as saias das mulheres.
Entretanto, não é raro ver que eles também modificam as correntes marítimas, empurrando o desaguar das águas do Paraíba para o norte, permitindo-nos ver uma “cor” não comum ao nosso mar. Este não estava pra peixe, nem pra surfista.
Estava “verde”, não aquele da opressão, mas... o da paz, o da natureza. Por alguns minutos, fiquei a fitá-lo. De forma serena e tentando entendê-lo.
Suas ondas se atiravam, com sofreguidão, sobre a praia. As espumas mais se pareciam com braços a envolver o corpo de uma mulher. As areias as recebiam com carinho, mas as devolviam ao seu lugar.
E o “ir e vir” das águas, em harmônico aconchego com as areias, me arremetia a novos encontros ou ensejavam novas visões.
A acontecerem na primavera.
As plantas de “roupas” novas, engalanadas por adereços florais, perfumados e esmeradamente coloridos, atrairão pássaros e insetos, que, em estreita simbiose, retribuirão a dádiva do néctar com a polinização dos nubentes. Alguns destes conseguirão conceber novas vidas, que nos darão um pouco mais de vida com o seu oxigênio.
Que venha a “PRIMAVERA!
PS: Não se prendam à instituição do “Dia da Árvore”, plante uma todo dia que puder.
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