Atafona – 22.09.2009
Hoje chega a primavera. Logo mais, após anoitecer.
Quando amanheceu, o vento já não mais vinha do sul. O sol até mostrava a “cara”.
Infelizmente, precisei ir a Campos. Arre! Difícil conviver novamente com cidadãos urbanos.
Revi amigos, paguei algumas contas e encomendei umas rosas pra minha mulher (era seu aniversário).
Já era noite quando retornei a Atafona.
Enquanto o carro rolava na pista, a diminuir os quilômetros que me separavam do santuário, eu me remexia no banco. Sentia que precisava fazer alguma menção à chegada da nova estação.
O cansaço, porém, me venceu. Não consegui escrever nada.
Nada obstante, retiro dos meus alfarrábios uma curiosidade sobre uma das flores mais bonitas que a Natureza nos proporciona.
As flores do maracujazeiro são hermafroditas, com cinco estames no androceu (parte masculina) e três estiletes no gineceu (parte feminina). Os filetes dos estames estão fortemente unidos à coluna do gineceu formando o androginóforo (andro= masculino; gino= feminino; foro= que apresenta). No alto do filete, existe uma porção dilatada onde acha-se concentrado o pólen. A fecundação somente ocorre pela incursão dos mangangás (aquelas abelhas enormes, que todos têm medo); pois só elas conseguem descer o profundo tubo das flores e transferir o pólen da parte masculina para a parte feminina. Todas essas partes estão dispostas em círculos, formando uma coroa, a que se dá o nome de “corona”.
Bom! Dadas algumas explicações, vamos ao misticismo. A flor do maracujá é tida como a “FLOR-DA-PAIXÃO”, por lembrar, em seus aspectos morfológicos, a “PAIXÃO DE CRISTO”, com seus estigmas:
ð ESTAMES: 5 feridas em Jesus
ð CORONA: 72 filamentos representando a coroa de espinhos
ð ANDROGINÓFORO: Coluna de flagelação -> cravos
ð FOLHA: Em forma de lança (uma das chagas)
ð DORSO DA FOLHA: Pontos redondos -> 30 peças de pratas recebidas por Judas
Na próxima vez que observares uma flor do maracujazeiro, conseguirás vê-la como uma flor comum?
Embora eu não seja um místico, entendo que nossos olhos não vêem a realidade, pois só conseguem “ver” o que queremos ver, o que está cultuado dentro de nós.
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