segunda-feira, 31 de agosto de 2009

MIRACEMA DE ONTEM E DE HOJE

Três de março de 2001. Descobri que eu hospedava alguém não convidado. A Helicobacter pilori resolveu adotar o meu estômago como sua moradia. Tentei ensinar os médicos a me tratarem, mas eles não conseguiam absorver os meus ensinamentos. Resultado: dez longos meses sem beber e sem temperos, por conta da malfadada úlcera.

Julho/agosto do mesmo ano. Tem início o projeto “Viver legal”, do meu irmão André Xoxô. Meio sem rumo em Miracema, vejo a “babel” da estréia. Construído em outro local, o palco, de madeira reles e não tão bem planejado, não se ajustava ao piso que o receberia para o show: os paralelepípedos da rua Direita.

Olhava eu de um lado para o outro. Desalentado pelo esforço do meu irmão (ele tinha que se manter ligado à operacionalização do som). Era um sábado e os funcionários da Prefeitura já tinham se mandado.

Os quatro módulos não se encaixavam. Ainda que desatinado pela abstinência, resolvi assumir uma posição. “Xá comigo”. "Alguém tem uma furadeira e uma broca chata". João Matinha se prontificou. O Zé da Vidraçaria “abriu” as portas já fechadas da sua loja. Difícil foi convencer a alguns que eu conseguiria estabelecer conexão com os cabos pendentes do poste, deixados pelo apressado eletricista. Fiz novos furos na estrutura e fixei os módulos com parafusos de “porteira”. Ajustes de equilíbrio foram possíveis – graças aos rejuntamentos dos paralelepípedos.

No início da noite, alguns artistas cobravam a sua passarela. “Você é eletricista. Você é marceneiro. Você tem alguma habilidade, a não ser a musicalidade. Então, fique longe e quieto”, dizia eu. Na hora aprazada, mesmo com lona de cobertura torta, o show começou, dando início a uma série vencedora de outros eventos.

Digno de registro é dizer que enquanto eu “trabalhava” o palco também “massageava” o “pregão” debaixo dos meus pés, lembrando que o local era o mesmo do palanque em que o Capitão Altivo desafiou o Tenório.

O que essa rua Direita já viu, hein! Através de seus múltiplos olhos, que são os seus paralelepípedos. (Ainda vou ter um).

MORAL DA HISTÓRIA (ANTIGA): O Homem marcou o seu território e vai sempre nele se divertir.

MORAL DA HISTÓRIA (ATUAL): Captem... miracemenses.

MIRACEMA DE ONTEM E DE HOJE

1959/1960. Estrada Miracema/Palma (antiga). Fazenda do Chico Alves.

Domingo. Bicicletas a postos. Papai com a Philips (preta, aro 28), Paulo César com a Gulliver (verde, aro 26) e eu com a Mercswiss (azul, aro 24). Tranquila e rapidamente, percorríamos os 4km até o mata-burro sobre um corregozinho. Papai sempre foi bem recebido pelo Sr. Chico Alves, pelo Cléber e Da. Brasileira, pelo Miguel e outros, até os empregados.

Com simples canicinhos, pescávamos quase 200 lambaris (bons tempos, hein!). Ainda os devorávamos no almoço.

Estranho!

Nunca peguei um camarão. Eu só os conhecia pelos saquinhos salgados ou quando ia a Niterói.

Estranho!

Parece que hoje existe camarão em Miracema.

Aqui, na foz do Paraíba, temos conhecimento da invasão das águas salgadas do mar até as imediações de Barcelos (não chega a 30 km).

Mas... Miracema... Com camarão. Não acredito!

Quem sabe apareceu por miscigenação.

Cabeça lá é o que não falta.

Mas... de camarão também???

Talvez!

Vou lá conferir.

Tristes deles, se se confirmar. Não devem sobreviver.

Felizmente, estou vacinado.

E pronto a rever um dos meus amores: os paralelepípedos da rua Direita. (Ainda vou ter um).


MORAL DA HISTÓRIA (ANTIGA): O Homem marcou o seu território e está perdendo-o para... quem?

MORAL DA HISTÓRIA (ATUAL): Captem... miracemenses.

MIRACEMA DE ONTEM E DE HOJE

24 de dezembro de 1971 (véspera de natal).

Trinta anos após, a tragédia se repetia. Em 1941, desabava o prédio da Prefeitura (documentado pelo jornal da época), onde é hoje o prédio do Capitão Altivo, pela força da tromba d’água.

Desta vez, a tragédia só não foi maior porque todos estavam acordados para a “Missa do Galo” e para a “Ceia de Natal”.

Às 23h: os “arautos” anunciavam: “Caiu um tromba d’água em Flores”. Às 23:30h.: as águas cobriam os paralelepípedos da rua Direita com um metro de altura. Todos corriam a ajudar. Tanto casas quanto lojas comerciais. 06h.: as águas ainda estavam altas e o povo cansado. Sorte que as ruas eram de paralelepípedos, cuja estrutura permitia maior facilidade de percolação em seu rejuntamento.

Nos dias que se seguiram era comum a desolação: objetos, roupas, máquinas e até os livros dos cartórios expostos ao sol.

Em 1975, já funcionário do BANERJ, tive uma triste missão: reconferir todo o FGTS da agência, desde 1967. Um grande “cabeça-de-camarão” havia utilizado carbono copiativo intercalado nas fichas gráficas, para obtenção do extrato (de amarelo, o papel passou a roxo).

Poderia ter sido pior. Poderia não ter sobrado nem papel. Sorte que as ruas não eram asfaltadas.

É por essas e outras que eu adoro os paralelepípedos. (Ainda vou ter um).

MORAL DA HISTÓRIA (ANTIGA): O Homem marcou o seu território e com ele chorou “pequenininho”.

MORAL DA HISTÓRIA (ATUAL): Captem... miracemenses.

domingo, 30 de agosto de 2009

MIRACEMA DE ONTEM E DE HOJE

No alto dos meus 57 anos, a vontade de viver ainda alguns mais, para contar minhas memórias, sobrepuja a preguiça (que insiste em se instalar em mim) e força a mente a lembrar do passado como fonte de energia do futuro (loucura ou não?!).

Mais ou menos trinta e poucos anos atrás.

Rua Direita de Miracema. De lindos e deliciosos paralelepípedos!

Contrastando com as tradicionais E. S. do Chacrinha (Polaca) e E. S. Unidos no Samba e na Cor (Calil), entre outras, surge uma escola inusitada.

Em lugar de “crioulas” e “mulatas” (“aborígenes” do samba), eis que surge um cortejo de “branquelas”, louras ou não, a tentar conseguir os mesmos requebros e bamboleios da outra etnia. Importaram o samba, que ficou bom, com músicos já consagrados, mas não conseguiram o mesmo efeito com a performance das bailarinas.

Mas que foi legal e interessante, foi!

De onde teria surgido? Perguntavam-se todos.

Do Clube XV. Por nobreza, teria sido “E. S. Luzes da Ribalta”. Pomposo e talvez arrogante. No argumento do sempre presente na história da “terrinha”, Joffre Geraldo Salim, define-se o nome: “E. S. Unidos por Acaso”. Ele não acreditava na perpetuação da agremiação. Justo – só desfilou aquela vez.

Eu continuo a dizer: “Eu amo os paralelepípedos”. (Ainda vou ter um).

MORAL DA HISTÓRIA (ANTIGA): O Homem marcou o seu território e com ele se divertiu, uma vez mais.

MORAL DA HISTÓRIA (ATUAL): Captem... Miracemenses.

MIRACEMA DE ONTEM E DE HOJE

Década de 60.

Jair Polaca e seu inseparável “Livro de Ouro”.

Captando recursos para o seu time Miracema F. C. e para a sua “Escola de Samba do Chacrinha”. Ainda não desisti da idéia de erigir um busto em sua homenagem (mesmo que não seja colocado em local público).

No carnaval, entre as faíscas de artifício (a iluminar os destaques) e o suave aroma do lança-perfume “Rhodoro”, eu me locupletava. Entre um “mineiro-pau” e um “boi-pintadinho”, aguardando o/a “chacrinha”, sentava no meio-fio e, com um objeto ou outro, ficava a raspar o rejuntamento dos paralelepípedos.

Na verdade, foi a palavra mais difícil que a Da. Orlanda me ensinou; em contrapartida, foi um dos sólidos mais bonitos que vi na “matemática geométrica”. Sempre tive vontade de ter um. Só para ter, como colecionador. Mas, papai e mamãe nunca deixaram eu levar um para casa: “É de utilidade pública, meu filho”. E eu até hoje não tive um (será que vou passar pela vida com essa frustração?).

Jurandir do DER na frigideira e o Fota ou o Mocinho a bailar. Tinha uma filha da Alcina que tinha... tinha... Ah! Tinha muita coisa. Botava um minúsculo biquíni branco a contrastar com seu corpo de ébano. Eu queria olhar tudo, mas... desviava, sempre, o olhar para baixo, já que ela usava saltos de 12cm ou mais e sambava nos paralelepípedos como se tamborilasse os dedos sobre vidro.

A magia da sambista na mágica pista que o Jair nos proporcionou. Não esquecerei jamais.

MORAL DA HISTÓRIA (ANTIGA): O Homem marcou o seu território e com ele se divertiu.

MORAL DA HISTÓRIA (ATUAL): Captem... miracemenses.

sábado, 29 de agosto de 2009

MIRACEMA DE ONTEM E DE HOJE


Final da década de 50 e início da década de 60.

O Zé de Assis, um dos maiores empreendedores da “terrinha”, por trazer novidades dos grandes centros à custa de dias de viagens por estradas não pavimentadas, sempre se contentava ao chegar à rua Direita de Miracema, que ostentava os seus belos e confortáveis paralelepípedos. Talvez, como gratidão, brindava o povo da cidade com “cineminhas” exibidos da sua loja para a rua, onde uma multidão se deliciava com tal oferenda.

Também o Banco de Crédito Real (3º maior banco do País, à época) dava a sua contribuição para deleite da população miracemense. Ao cair da noite, exibia os seriados da TV em aparelho colocado sobre o balcão, já que as portas eram enormes e de vidro. Existiam poucos carros e esses não perturbavam a platéia que lotava a rua.

Para um ou para outro, lá íamos nós (papai, na bicicleta Philips, a levar eu, na cadeirinha, e o Paulo César, na garupeira).

Eu era feliz e sabia. E o povo também.

MORAL DA HISTÓRIA (ANTIGA): O Homem marcou o seu território e o dividiu irmãmente.

MORAL DA HISTÓRIA (ATUAL): Captem... miracemenses

MIRACEMA DE ONTEM E DE HOJE


Li todos (e completamente) os jornais encadernados e preservados de tempos remotos de Miracema (creio eu, que estejam depositados no belíssimo Centro Cultural). Conversei muito com os “antigos” que, como verdadeiras entidades do conhecimento, disseminavam a capacidade de sua memória histórica. Porquanto tanto perquiri que acabei descobrindo “causos” curiosos, magnificentes e tenebrosos, até.

Um sempre me vem à memória. Nem tanto pela pessoa em si, por quem eu tinha reparos (?). Mas, talvez, por ela ter sido o “grande fiel da balança” desta história.

“O CONFRONTO DE DOIS GIGANTES POLÍTICOS

(MAIS OU MENOS SESSENTA ANOS ATRÁS)

Personagem 1: “Capitão” Altivo Mendes Linhares - figura extremamente importante no cenário político: miracemense (prefeito), estadual (prefeito da capital do estado- Niterói) e federal (senador da república).

Personagem 2: Tenório Cavalcanti de Albuquerque, alagoano, vereador, deputado estadual e federal – apregoava ter quase cinqüenta furos de balas em seu corpo; andava sempre com uma capa preta, sob a qual escamoteava a submetralhadora “lurdinha”.

Palco: Rua Direita de Miracema.

Ato: Defronte à farmácia do Sr. (Dr.) Azarias Gutterres , sobre o “pregão” citado pelo seu neto, Guilherme (Blog Logradouros de Miracema) , local que julgamos(pelo menos eu) ser o ponto central da cidade,armou-se um palanque para um comício do Cap. Altivo. Como ele era uma força crescente no estado, representando uma ameaça a outras hegemonias, o “homem da capa preta” resolveu invadir a “terrinha” com sua milícia no intuito de impedir a realização do evento. Dizem ter sido cena idêntica à dos faroestes. Do alto do palanque, o “Capitão” e seus seguranças; de outro lado (nas imediações da loja do Sr. Zé de Assis), o “Tenório” e seus asseclas.

Tchã! Tchã! Tchã! Tchã!

Final: O Tenório, o “todo-poderoso”, o “homem da baixada fluminense”, o “homem da capa-preta”, ficou a ouvir a oratória do “Capitão”, que não se intimidou com sua falácia e audácia.

MORAL DA HISTÓRIA (ANTIGA): O Homem marcou o seu território e o defendeu.

MORAL DA HISTÓRIA (ATUAL): Captem... miracemenses.

domingo, 16 de agosto de 2009

A PEDRA MATA A FOLHA?

Seria necessária a pertinência de Sísifo a atender os deuses do Olimpo que lhe impuseram, por seus “pecados”, o castigo de empurrar uma enorme pedra montanha acima, sem nunca o conseguir, até o final de sua existência?












Ou seria necessária uma tarefa nem tão difícil que a praticada, morro abaixo, por um montanhista no Itatiaia?







Talvez nem tanto, se fosse uma simples pedrinha!




No momento, não importa o tamanho da pedra ou o tamanho da força, seja uma força hercúlea, um simples empurrão ou uma pequena mão.

Importa, sim, já, a força ideológica que, por certo, sem ilusão, tem a força da razão, e, por si só, seria cabal.

Certa vez, vi, com minha mãe (nos bons tempos do cinema), um filme chamado “O vento não sabe ler” (1959-Dirk Bogard), em que existia um cenário, com um lindo gramado, no qual lia-se em uma plaqueta: “não é permitido pisar na grama”. Entretanto, as folhas, como não sabiam ler, insistiam em se derramarem sobre o local (assim terminava o filme).

Assim como o enredo do filme, parece-me, s.m.j. (extremamente improvável), que outra(s) folha(s) quer(em) “pisar forte” sobre outras folhas, mais tenras (por mais novas) e mais eloqüentes (por menos comprometidas), em desrespeito (como proibição que não se deve mais falar) à “liberdade de expressão”.

“Blogueiros do meu Brasil varonil, vamos, em uníssono, discursar em prol do Dr. Roberto Moraes. A sua vitória é, com certeza, a continuidade da verdade”.

"O moinho vai ajudar a moer as estruturas da hipocrisia".

moinhodepaz.blogspot.com

Humilde, mas, sincero (e honesto).

sábado, 15 de agosto de 2009

UMA CERTA TARDE DE VERÃO COM CUCA









O carnaval 2009 se aproximava.

O convite veio e eu não recusei.

Farta bebida e diversas especiarias.

E o som? Surpresa! John Blue-Eyed (João Olhos Azuis), morador, por muitos anos, dos EUA. Brindou-nos com grandes clássicos da música internacional. Com um carro compacto, carrega a sua parafernália eletrônica para onde vai. Quando não vai, canta na varanda de seu apartamento. Em playback, com perfeição.

Zé Augusto Cuca e família recepcionaram, ainda, Abel, Sig e Walid.

Já nos encontramos em outras oportunidades e outros locais.

Porém, ainda fica a saudade de uma tarde maravilhosa.

Que esperamos reviver.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

COMPUTADOR POSSUÍDO?


Um espelhinho do tamanho de um porta-retrato.

Era tudo o que eu precisava levar a um recanto silencioso (entre matas, ouvia-se apenas o piar dos passarinhos).

Sentado à mesa do quiosque, passei a piscar os olhos para o espelho, que me correspondia, é lógico!

Aos poucos, aperfeiçoei a técnica. Consegui ficar com o olho direito totalmente fechado enquanto o esquerdo abria somente 1/5. Visão total dos dois olhos: 10%. Suficiente para atingir o meu objetivo.

Como o computador anda claudicando (talvez se preparando para me aprontar mais uma), resolvi adotar estratégias de contra-ataque.

Já bem treinado, parti para a execução. De madrugada, apaguei todas as luzes, desliguei somente o monitor e a parca iluminação vinha da TV (áudio-jazz contemporâneo). Deitei e fingi dormir, mantendo aberta apenas aquela parcela do olho esquerdo.

Escorri da cama e rastejei pelo chão até o computador. Em silêncio, abri os olhos e passei a perscrutar a área ao redor, apalpei as partes e aspirei o ar em volta.

Decepção! Nada.

Nenhum azazel, elfo ou gnomo. Muito menos um duende brincalhão.

Afastadas as hipóteses externas, vou tomar uma atitude mais enérgica e ter uma conversa de homem para máquina com o tal computador.

Ah, se vou! Vou sim!

O CÃO



01h. Psiu! Vou falar bem baixinho.
O bicho quietou.
Agora estou preocupado.
Será que o meu espirro o contaminou (ora, eu nem sei se tenho o vírus da gripe) e ele morreu.
Não, eu não desejo isso.
Eu só queria dormir (ih! eu já falei assim antes).
Se eu tiver silêncio, vou até escrever mais. Enquanto espero os meteoros.
Será que eles vêm hoje e as nuvens permitirão vê-los.
Pago pra ver.

O COMETA E O CÃO


As noites de agosto costumam ser pródigas em nos oferecer um majestoso espetáculo no encantador palco celeste: as chuvas de meteoros. O fenômeno ocorre quando a Terra atravessa uma gigantesca esteira espacial de um grande cometa. O cometa (Swift-Tuttle 1862) já se foi há anos (1992), mas pequenas partículas de poeira e gelo continuam em movimento no espaço. Para este ano, o ápice ocorreria nos dias 11 e 12, entre 3 e 4 horas da madrugada.

O diretor titubeou e as cortinas foram descerradas antes do início do ato.

As nuvens deveriam ser uma prerrogativa dos dias ensolarados; deveriam ser pequeninas, esparsas e branquinhas (como chumaços de algodão). Às noites, a prerrogativa estaria reservada à lua e às estrelas. As nuvens, entretanto, tomaram para si o palco e esconderam, egoisticamente, o espetáculo.

Três noites de plantão e nada. O fenômeno continua até o final do mês (22) e eu insistirei em pagar o ingresso. Pagar o ingresso significa ficar sem dormir e alterar sua rotina diária.

O ingresso desta noite foi mais caro. Inconformado por nada ver, resolvi “bloguear”. Estava difícil. Ainda mais frustrado, fiquei sem sono.

Quando comecei a sentir o cansaço (por volta das 8 horas), surge o som que eu tanto temo:

-Au, au, au!

-Rau, rau, rau, rau...

É “rau” mesmo! Parece latir com raiva ou com prazer da transgressão vandálica ou, ainda, da invasão de privacidade.

Contorci-me de toda forma no leito; ora a mão esquerda ficava dormente, ora o braço direito. Todos dormiam, menos eu!

Rau, rau, rau, rau...

13h30min. O acôo tornava-se ensurdecedor. Parecia técnica nazista (SS e Gestapo conduzindo).

Rau, rau, rau, rau...

Desisti. Trêmulo, dirigi-me ao Pontal para buscar energia. Ainda bem que ele existe.

PS: Estou escrevendo este texto e vendo tênis na TV. Às 23 horas, acendi as luzes da varanda, mexi no carro, pigarreei e até espirrei - quem sabe a ameaça da gripe fizesse o infeliz cão calar-se. 00h30min e o “bicho” continua a latir e sem usar “Anapion”. Estou pensando em fechar a casa e ir para uma pousada. Os vizinhos se mudam este mês (com eles, o cão). Espero que os próximos tragam, se preciso, um cão que seja mudo.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

OS MACAQUINHOS COMEM FOLHA?





Bom! Não sei! Os três clássicos, os sábios... teriam indigestão ou não?

Divulgar é preciso; calar não é preciso.

Os órgãos de informação têm compromissos com seus seguidores.

Desde os primórdios, quando só se ouvia.

Depois, se lia.

Atualmente, se vê.

E também se fala.

Mas, alguns ainda insistem no obscurantismo.

Mesmo nos tempos modernos.

Impossível mentir.

Os que acham que ainda podem praticar a arte da mentira que a façam para os mentecaptos – não para os normais.

Qual a diferença?

Muitos ainda não sabem.

Nem eles, com certeza!

Há muito, fizeram o que queriam.

Agora, que deixem a blogosfera em paz.

Ou que a contestem com coerência.

O que, por certo, eles não têm.


Bebeto Alvim (moinhodepaz.blogspot.com)

Em solidariedade ao Blog do Dr. Roberto Moraes

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

CARTA A ANDRÉ PINTO (SÃO JOÃO DA BARRA)



CARTA A ANDRÉ PINTO (SÃO JOÃO DA BARRA)

Prezado e preclaro André,

Há muito, deveria ter me dirigido a ti.

Não sei ao certo porque não o fiz.

Talvez em função da tua fluência, versatilidade e proficuidade.

Provavelmente, fiquei inibido.

Agradeci, em silêncio, teus elogios.

Contudo, acompanhei tuas peripécias.

Admirei e vibrei.

Na verdade, amei a tua atuação.

Por várias noites, dormi com tuas idéias (desculpe, só em 2012 vou mudar o meu “português”).

É...

Por onde ando e porquanto pergunto, são só elogios a ti e a teu pai.

É...

Precisamos nos ver.

Preciso absorver tuas idéias.

Ajudar-te em teus projetos.

E quem sabe tu me ajudas nos meus (que têm os mesmos propósitos).

Talvez os “humanos” voltem a ser “humanos”!

Até breve!

De um admirador.

Bebeto Alvim/Passarinho (Blog moinhodepaz)

Atafona, 12.08.2009 (onde estaremos sempre).

terça-feira, 11 de agosto de 2009

A DANÇA DOS ANJOS


Um dos meus anjos (felizmente tenho vários..., acho!) voltou. É por essas e outras que continuo a acreditar em anjos??? Eles viajam o tempo todo. Alguns até se vão para sempre; outros, momentaneamente, e outros nem se vão. Daria para escolher? Não, nem pensar! Anjos não se escolhe, anjos... tem-se! E como se os tem! Parceiros e amigos, por mais esdrúxulos que lhe pareça.

Escuros ou alvos, pequenos ou grandes. Como duendes ou elfos, magos ou fadas. Anjos são anjos. Sempre. E eu os amo.

Certa vez adaptei um antigo quadro: colei pequenos pedaços de barretes de ferro no lugar da tela e neles implantei anjos de biscuit imantados.

Pelas ruas, fico a observar o quão trágico seria se os anjos não protegessem os impetuosos pequeninos, os bêbados desavisados e os loucos desvairados. Esses são os anjos “físicos”.

Entretanto, importa-me, no momento, a presença de anjos superiores: os “intelectuais”.

E um deles, por certo, está num blog sob a tutela de um interessante inseto que pirilampeia.

O recém-criado blog “O Vagalume” fez com que eu apressasse a minha volta após o apagão cibernético.

Que bom que voltamos.

É energizante, emocionante e cativante.

TEORIA DA CONSPIRAÇÃO

Define-se “Teoria da Conspiração” como sendo um plano supostamente engendrado por grupo de envolvidos em manipular certas situações às escondidas; para levar a cabo o seu intento sem que alguém saiba, elimina ou suprime as provas de tal ato.

Desde 18 de abril sem postar qualquer assunto no meu blog e também sem manifestar-me nos blog’s que acompanho, chego à conclusão que a “Teoria da Conspiração” atacou-me de vez.

Entremeando problemas nos computadores e nos servidores da internet, tanto de Atafona quanto de Campos, e os trabalhos de reforma da minha casa em Campos, resolvi desistir, momentaneamente, das manifestações bloguísticas.

“Os céus conspiram”, “Alguém lá em cima não gosta de mim”, “Os duendes voltam a atacar”, “Forças sinistras se manifestam” – tudo isso parecia surgir aos borbotões a fim de não permitir a minha incursão na blogosfera.

Bem baixinho, vou segredar a vocês: “estou voltando, mas, por favor, não contem a ninguém, pois se eles souberem, vão conspirar contra mim”.

Comprarei um notebook e vou me esgueirar por entre matas, manguezais, areais e quiosques e... (segredo): vou escrever. Vou enganá-los, com certeza!

Enfim, voltarei a escrever causos e histórias (mentirinhas ou verdades).

Sonhos e/ou fantasias à parte, externarei meus sentimentos.