quinta-feira, 7 de outubro de 2010

O MOINHO, O VAGALUME E O TRAVESSO ARTÍFICE

Era uma vez um camponês praiano que vivia a moer.
Moinho de mão. Pequeno. Eficiente.
Moía grãos, raízes, folhas.
Moía até areia.
Moía também palavras e sonhos.
Num desses últimos, encontra um vagalume, que o incentiva a aumentar sua capacidade de moer.
Acata a idéia e constrói um moinho de vento.
Fortes ventos praieiros. Moinho a moer e a moer. Passa a moer mais e mais palavras, as quais protege como um “Dom Quixote”.
Passa a divulgar palavras e ganha alguns adeptos que também distribuíam palavras.
Empolgado, pesquisa antigas histórias que se passavam num reino outrora rico de artífices de palavras musicadas, onde ele já tinha vivido.
E mói mais palavras que achavam-se guardadas na sua cabeça e que faziam referência a esses artistas.
Porém, um deles, que era um menestrel, não gostou da moedura e reagiu.
E quebrou a corrente.
O camponês praiano resolveu voltar ao seu moinho e moer ainda mais suas palavras, até triturá-las bem para que não fossem vistos grumos como os apresentados na cantilena do travesso artífice.

Qualquer semelhança ...???


Bebeto Alvim.

ALGUÉM LÁ EM CIMA NÃO GOSTA DE MIM

Na verdade, não olho pra cima. Nem pra baixo.
Olho em direção ao que a minha mente determina. Não importam as laterais (que seriam os infortúnios, talvez?) e sim a reta que, creio, levar-me até o objetivo a alcançar.
Entretanto, passei, por certo, na atualidade, por vicissitudes não projetadas e aceitáveis.
O projeto do governo federal “Informática para todos” gerou recursos financeiros para financiar computadores para a população de baixa renda (e também de outras faixas), com tecnologia que não dava credibilidade aos equipamentos.
O governo estadual proveu algumas instituições com tais equipamentos. Não todas. E nem toda a população do estado se beneficiou de algum beneplácito.
E o governo municipal: como se fez presente? Bom! Pelo menos, o de São João da Barra iniciou o Promil (Projeto de Internet Livre). Funcionou por um ano.
Agora, estamos a ver navios. O que, aliás, é assaz prazeroso. Não que passem navios; mas pequenos barcos, com pescadores conhecidos, valem à pena. Longe da máquina da modernidade e mais perto da rusticidade. Deles, sugo seu conhecimento e simplicidade no tratar. Tudo me deixa à mercê do deleite do mero esmero.
Meu ‘lula’ deu problemas. Comprei um notebook que tive a infelicidade de quebrar o display. Consertados os dois, a internet livre nos aprisionou. O técnico largou o ´projeto' e remontou a sua antiga rede (???). Lhufas!
As ‘lan-house’ não conseguiram me atender. Seus sistemas somente permitiam postagens em cinco línguas que, provavelmente, ninguém conhece. Parecem ser lá do Tibete, da Patagônia ou da Cochinchina.
Eu podia me curvar à assinatura da telefonia fixa (argh!), já que a acessibilidade móvel ainda está de nós distante.
Diante de tudo, nada me restou senão o escárnio da proposição dos três governos.
E lá fui eu a conversar, a ler e a escrever.
Sem a esperança de publicar nada rede. Alguma coisa aproveitarei para o meu livro.
Mas eu ainda tinha e tenho ‘coisas’ para contar fora dele. Que pena!
Vou continuar tentando.