Um espelhinho do tamanho de um porta-retrato.
Era tudo o que eu precisava levar a um recanto silencioso (entre matas, ouvia-se apenas o piar dos passarinhos).
Sentado à mesa do quiosque, passei a piscar os olhos para o espelho, que me correspondia, é lógico!
Aos poucos, aperfeiçoei a técnica. Consegui ficar com o olho direito totalmente fechado enquanto o esquerdo abria somente 1/5. Visão total dos dois olhos: 10%. Suficiente para atingir o meu objetivo.
Como o computador anda claudicando (talvez se preparando para me aprontar mais uma), resolvi adotar estratégias de contra-ataque.
Já bem treinado, parti para a execução. De madrugada, apaguei todas as luzes, desliguei somente o monitor e a parca iluminação vinha da TV (áudio-jazz contemporâneo). Deitei e fingi dormir, mantendo aberta apenas aquela parcela do olho esquerdo.
Escorri da cama e rastejei pelo chão até o computador. Em silêncio, abri os olhos e passei a perscrutar a área ao redor, apalpei as partes e aspirei o ar em volta.
Decepção! Nada.
Nenhum azazel, elfo ou gnomo. Muito menos um duende brincalhão.
Afastadas as hipóteses externas, vou tomar uma atitude mais enérgica e ter uma conversa de homem para máquina com o tal computador.
Ah, se vou! Vou sim!
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