A INDELICADEZA É A SERVENTIA DA CASA
Ah! Que pena!
Que o futebol esteja se afastando de nós. Não porque deixamos de curtir jogadores (antigos ou novatos); nem porque perdemos as eternas paixões pelas camisas, cores ou escudos. Trinta anos sem Maracanã. [“Bala perdida de Ar-15 (que veio de fora do estádio) mata torcedor do Vasco (que há cinco anos não ia lá), em jogo dentre Botafogo e Flamengo (nas cadeiras numeradas?)”]. Dez anos sem Parque Tamandaré (Estádio? do Americano-Campos). Difícil entrar, difícil ficar.
Ah! Que pena!
Que por conta da candidatura de uma Copa do Mundo, tenhamos que alterar nossos padrões (como se os europeus fossem comportados – até andam nus pelos gramados ou barbarizam nas ruas pessoas que não são de suas etnias). Que o Ministério Público, arvorando-se de protetor dos fracos e oprimidos (?) e defensor do Estatuto do Torcedor (?), só apareça ou se manifeste onde melhor lhe aprouver ou onde não exista grande conflito (estranho, não?).
Ah! Que pena!
Será que esses “doutos” “acham” que somos idiotas e acreditamos neles? Será que não entendem que, na verdade, eles têm afastado o futebol da razão maior: “o torcedor”. Com patrocinadores nas camisas dos clubes, empresários nas concentrações aliciando garotos e tevês manipulando horários e resultados. A estátua da “justiça” mostra, hoje, a sua “verdadeira cara”, com aquela venda nos olhos.
Ah! Que pena!
Encontro-me com um vizinho amigo revoltado porque não pode beber no seu bar tradicional, por localizar-se nas imediações do “estádio” (também moro ali – quando me aventuro por Campos – coisa rara, ainda bem!). Diz ele: --Eu não vou ao jogo, só quero beber! Enquanto isso, observa-se, faltando cinco minutos para começar o jogo Americano x Fluminense, uma multidão de cerca de mil e quinhentas pessoas espremendo-se como sardinhas para passar pela única roleta destinada a cada uma das torcidas (a não ser que você fizesse parte dos torcedores privilegiados, credenciados ou outros “ados”, cujo acesso é especial, pois não falam mal de ninguém).
Ah! Não tenho mais pena. Eu me detesto!
Infeliz hora que me desviei de Atafona e resolvi ir ao tal jogo. Justo no estádio que não gosta de torcedores. Só consegui entrar antes do segundo tempo porque um parceiro “Caterpillar” furou fila, empurrou a todos e me levou a tiracolo. O “inferno” lá dentro não era menos pior: grades impedindo passagens, setores proibidos, alambrados interditados – tudo com assaz vigilância dos numerosos soldados.
Ah! Agora eu estou na bronca!
Onde estavam o representante do MP e a segurança quando os idosos não entraram porque não podiam competir com os mais novos; onde estavam quando alguns truculentos assustavam os “pequerruchos” que se esgueiravam à busca de um losango do alambrado para ver mais de perto seus ídolos (“vão para as arquibancadas!”).
Ah! Por fim, a decepção!
Onde estão os cronistas (de jornal, de rádio, de TV ou de blog/site)? Entende-se, nada mais justo, que eles difundam e defendam o esporte da cidade. Mas, até que ponto? Omissão por opção ou por obrigação? Muitos são meus conhecidos; outros, até amigos. Mas... o que fazer? Tudo isso não é só por conta do famigerado estatuto, não! Nos meus vinte e seis anos de Campos, lá sempre vi o mesmo descaso e a falta de educação. O próprio nome já indica o elitismo e a discriminação. Maldade! Talvez seja por isso que ele NÃO TENHA TORCEDORES E SIM TESTEMUNHAS!
Lá... não volto mais não!
Fiquem com ele!
Passem bem... ...mal!
Muito bom depoimento!
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