O Professor Pasquale nasceu na Itália e muito pequenininho veio ter ao Brasil, onde aprendeu com bastante propriedade o "português brasileiro", o mais bonito, o mais fecundo e o mais sentimental do mundo. Não se cansa ele de elogiar nossos artistas populares que utilizam, em seus textos musicais, teatrais, literários, etc., o vernáculo sob o enfoque "tupiniquim" com infinita versatilidade, clareza e correção. Sintam, por exemplo, a força da letra na súplica de Se eu puder falar com Deus (Gilberto Gil) ou a força da palavra na tragédia de Construção (Chico Buarque). Irretocável emprego dos recursos da língua.
Por certo, o exercício da leitura é um dos caminhos menos tortuosos em direção à cidadela; entretanto, não se deve descuidar da escrita, que vem a ser a prática da teoria da leitura. Nada obstante, para se escrever é preciso ter bem mais que o conhecimento do vocabulário: é necessário ter vontade de ler e ter vontade de escrever. Superados esses "traumas", é preciso construir, o que vai exigir técnica. Que me desculpem os pseudos salvadores de uma língua viva, nada agonizante, que acenam com lenços e estandartes para a permanência da era da "interpretação de texto" em detrimento da eficacíssima "Gramática". Sem a organização que a "Santa Gramática" impõe à construção dos períodos, seria o mesmo que jogar as letras e palavras para o alto e gritar: salve-se-quem-puder!; teríamos, com certeza, uma autêntica sopa de letrinhas.
Leiam e escrevam; depois, leiam o que escreveram: acharão imperfeições. Corrijam-nas e leiam novamente: acharão, ainda, imperfeições. E, assim por diante, acharão imperfeições. Parem e analisem: são decorrentes do rigor gramatical da língua ou da capacidade criativa do ser? Se a resposta recair na primeira premissa, estaremos salvos: é só aprimorar a Gramática (as regras são estáveis); caso, entretanto, a resposta recaia na segunda premissa, estaremos num mar em fúria e sem norte (como interpretar o que cada pessoa quis dizer).
Passarei, adiante, alguns textos sobre o assunto.
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