quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

DESPEDIDA DE MIRACEMA DE ONTEM E DE HOJE

Não é nada fácil convencer milhares de pessoas que vivem na mesma comunidade, de forma gregária.

Na verdade, é impossível.

De mais a mais, ninguém tem o direito de invadir a mente de outrem com a intenção de incutir nela idéias suas.

Eu mesmo não permito interferência. Digo sempre: “Não termine a minha fala e não bote palavras na minha boca. Não entre na minha mente – ela é privativa! Não pense por mim, sei o que quero!”.

É lógico que tais colocações são próprias de um embate de radicalismo contra radicalismo. Mas é possível assumir uma posição sem agressão. É importante, neste contexto, observar se a formação educacional e cultural foi bem conduzida por seus pais e preceptores.

A partir do momento em que soube do destombamento do Centro Histórico de Miracema, que se deu, ao que parece, sem nenhum estudo científico e sem plebiscito, decidi por expor minha opinião.

Tracei uma estratégia e me disciplinei a executá-la. Resolvi não agredir ninguém, citando nomes e/ou cargos. Para mostrar a minha posição, optei por chamar a atenção com historietas sobre fatos históricos e personagens da “Terrinha”.

A princípio, os textos parecem não ter nada a ver com a causa. Observe-se, entretanto, que, no seu corpo, em algum ponto, existe uma referência ao tripé das palavras-chave que serviram de base às três séries de crônicas. Ao final, um comentário ao estilo de parábola ensejava uma reflexão.

Nada de imposição ou discussão.

Tentei ser sutil nos textos, tratando com polidez o questionamento.

Talvez tenha abusado das metáforas, procurando com elas um eufemismo a mitigar crises com pessoas amigas mas divergentes.

Nesses meses, foram postadas 7 crônicas sobre ‘PARALELEPÍPEDOS”, 7 sobre “TACHÕES” e 7 sobre “OITIS (com associação a CÓXIS)”.

Ao final desses 21 textos, dou por encerrada a minha participação literária e bloguística no movimento, como instituída em forma de série.

Agradeço a todos que me acompanharam e suportaram minhas histórias e parábolas.

Nada obstante a minha volta ao curso normal do blog, estarei atento e pronto a “botar a faca entre os dentes e pular com os “quatro pés” (?) em cima das mesas e “RAMBEAR” pela causa.

Se for preciso, vamos nos ater ao ponto de vista técnico. Também sei falar sob este aspecto.

Obrigado aos que ”são” ou “estão” Miracemenses. Vocês merecem o melhor.

Mais uma vez, apago e choro.

“MIRACEMA ACIMA DE TUDO”

2 comentários:

  1. Puxa, uma pena, porque com suas historietas, apesar de algumas eu não ter vivido, já ouvi ser contada e isso tudo nos anima.
    Essa águia p exemplo,s e não me engano foi no carnaval da década de 70, ou início de 80, com a escola de samba do Clube XV... eu era pequena e desfilei na escola.
    Enfim, parabéns!

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  2. Amigo Bebeto

    Temos dito e repetido que suas historietas além de muito bem escritas, são muito relevadoras da memória oral de Miracema, que se não são registradas se perdem rapidamente como todo mortal.

    Sua causa pela preservação do tombado em Miracema é da maior importância à preservação do seu patrimônio histórico.

    Temos que nos acostumar que a decisão de um tombamento deve ser muito bem considerada, pois, deve ser para todo sempre. Destombar, salvo alguma raridade, é como trocar o nome de um homenageado num lougradouro público. Um desrespeito inadimissível ao passado.

    Não raro não somos capazes de entender o porque de determinadas coisas, mais isto não nos dá o direto de revogá-las, pois, representam uma época que não conhecemos bem.

    Quem dera muitos outros também registrem publicamente sua memória oral, antes que ela se perca em definitivo. Conhecimento e experiência devem ser repassados, quando não seja, em pagamento aqueles que nos foram legados.

    Portanto continue sem esmorecer. Está prestando um belo serviço ao público.

    Só lhe pedimos estimular neste seu importante espaço o diálogo, que lamentavelmente está sendo substituido pelo monólogo, difundido-se somente idéias individuais.

    Abraços, saúde e Paz de Cristo.
    Luiz Carçlos/MPmemória.

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