quarta-feira, 7 de outubro de 2009

MIRACEMA DE ONTEM E DE HOJE - CARNAVAL LUNÁTICO







(20.07.1969) - "Este é um pequeno passo para o Homem mas um salto gigantesco para a Humanidade". O Homem acabava de “chegar” à “Lua”. Alguns, até hoje não acreditam. Sob o aspecto filosófico da “Teoria da Conspiração”, outros afirmam ter sido a maior fraude do século.

(Carnaval de Miracema) - O Zé “Faca”, considerado o maior carnavalesco de Miracema, era bem humorado nas suas mirabolantes idéias de fantasias. Eu o acompanhei na década de 60. Já saiu de terno e maleta brancos, com dizeres que misturavam Medicina e Política. De outra vez, “estacionou” em frente ao Bar Central (hoje Miragás), do Homero Alvim, uma miniatura de caixão (à época, o Chiquinho Gama e o Álvaro Gonçalves fabricavam caixões para “pobres” e “indigentes” que não eram de tábuas e sim de largas ripas cobertas com um tecido roxo com desenhos dourados - eram até bonitos – será?); e nela pregou uma placa: “Taxi”.

A música “Aqui tens a chave do meu barracão”, cantada por Orlando Dias, inspirou o “Manel Badeco”. Como era grande marceneiro – ele deve se lembrar disso - fez um barracão com uma chave enorme em cima de um caminhão (acho que era do Lelei do Pida). Uma mesa no centro da carroceria abrigava as mais diversas bebidas e especiarias.

(Carnaval de Miracema, em 1970) - Mas, dentre tantas outras (sejam de um ou de outro), por certo, a melhor criação foi em homenagem à “conquista lunar”: No mesmo caminhão, o “Manel Badeco” conseguiu reproduzir o que muito se parecia com um foguete (módulo de comando Columbia). Rodaram toda a cidade, de bar em bar. Os “maduros astronautas” desciam de uma escadinha à procura de reabastecimento. Não vou declinar os nomes, pois, com certeza, vou cometer algum esquecimento. Mas sobre como eles se vestiam, eu digo: “Estavam de saiotes e bustiês em chita de tom verde-azulado e lenços na cabeça (a imitar os capacetes). O mais inusitado, porém, era a imitação dos tanques de oxigênio: frascos plásticos de soro (daqueles hospitalares) cheios de cachaça e seus equipos (mangueirinhas) pelos quais eles “respiravam” (na verdade, bebiam – e como!).

As sonoras campânulas faziam todos fremir com as músicas carnavalescas e, por vezes, anunciava “o Homem na Lua”. Não houve quem não chegasse à porta ou à janela para deliciar-se com o espetáculo. Não raro era ver formar-se um cortejo, que se adensava com a “Turma do Fogaréu”.

Quantas coisas interessantes esses olhos (paralelepípedos) da Rua Direita já viram, não?

MORAL: Não vou mais pedir um paralelepípedo; mas deixarei no ar: Miracemenses: provavelmente, vocês terão muitos “tachões” no asfalto das suas vidas.

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