Surtar em Miracema? Parece impossível, não? Mas ondas estranhas pairavam sobre a “Terrinha”, trazendo-lhe certa inquietação. Eu a senti na última semana de março, por ocasião da minha visita a propósito dos aniversários da minha mãe e das minhas netas gêmeas e do lançamento do livro “Logradouros de Miracema”.
Ainda um pouco aturdido pelo inusitado efeito negativo, voltei a buscar tratamento natural nos ares de Atafona.
Grande número de pessoas afirma ter encontrado a “cura” ou a “melhora” nessa clínica ao ar livre. Artigos científicos dão conta que as áreas monazíticas possuem radioatividade ambiente, em função da presença de óxido de bório.
Mas eis que:
-De piratas, naufrágios e tesouros do passado a OVNIs a “minerar” a monazita;
-Do 2º maior delta do mundo, que se sedimenta há mais de 10.000 anos, a forças espirituais positivas, relatadas por sensitivos;
-Dos manguezais, berço da vida na água, ao “vento nordeste”, suave e constante,
Tudo parece conspirar para a formação de um dos três melhores climas do mundo.
Passos alternados entre água e areia. O corpo, quase nu, recebe cálidos raios de sol e a brisa rica e refrescante do “nordeste”. “Ouve-se” o silêncio, quebrado apenas pelo piar das aves e o escachoar das águas do mar. Lábios entreabertos em pantomima a Vinícius e a aspirar a delícia do ar. Braços abertos e olhos fechados e a viagem se inicia. Sente-se levitar. Vem o receio de abrir os olhos e despencar das nuvens. À sombra da amendoeira, o “pouso” perfeito é coroado com um pecado: um copo de cerveja (a única química presente) porque “ninguém é de ferro”!
Volto a Miracema, para a festa. Dessa vez, porém, vou me precaver. Deixando de lado a minha apostasia, levarei, do Pontal, um frasco de areia, um de água e outro vazio. Espalhadas no chão, areia e água irão se misturar; pisando na simulação da praia, vou aspirar o ar de Atafona contido no frasco “vazio”. Estarei vacinado.
Com remédio caseiro, digo, praieiro. De Atafona, onde estarei sempre.
Fotos:
1- O primeiro gordo (que não sou eu e sim o André Xoxô);
2- O "tronco que anda" (lenda a ser contada futuramente);
3- A "cara de pau" (já foi tema de artigo deste blog);
4a e 4b - Duas fotos à sombra da amendoeira (confraria?);
5- O entardecer de Atafona ( lindo, não!);
6- A lua cheia de Atafona (cheia de...?),
7- O segundo gordo (na verdade, o primeiro) sou eu, mais o Sig, Augusto Cuca e o Bom Cabelo.
Em tempo:
Felizes!
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